terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Filhos de alcoólatras apresentam ressacas mais graves do que filhos de não dependentes


O CISA - Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, organização não governamental que se destaca como uma das principais fontes no País sobre o tema, alerta para a elevada prevalência da ressaca. Estudos sobre o tema apontam que 75% das pessoas que consumiram doses intoxicantes de álcool tiveram ressaca pelo menos uma vez na vida.

Em relação aos jovens, 90% dos estudantes bebedores pesados episódicos* haviam sofrido ressaca, enquanto 50% dos bebedores frequentes** apresentaram ressaca no último ano.

A ressaca está associada à intoxicação aguda de álcool e inicia-se cerca de seis a oito horas após o consumo, podendo durar até 24 horas. Embora haja uma variação muito grande dos sintomas, os mais comuns são: dor de cabeça, náuseas, problemas de concentração, boca seca, tontura, desconforto gastrintestinal, cansaço, tremores, falta de apetite, sudorese, sonolência, ansiedade e irritabilidade.

A quantidade de álcool ingerida e outros fatores, como o intervalo de tempo do consumo ou o tipo de bebida, estão relacionados ao aparecimento da ressaca. Além disso, estudos apontam que fatores psicológicos e vulnerabilidade à dependência de álcool, como predisposição genética, também parecem estar envolvidos na manifestação do problema. Assim, filhos de pais dependentes de álcool, mais vulneráveis à dependência, apresentam ressacas mais graves do que filhos de não dependentes, em condições comparáveis de frequência e quantidade de álcool consumido, conforme apontou pesquisa sobre o tema.

A ressaca também tem sido associada a um alto custo econômico. Apesar de ser difícil separar os efeitos da ressaca dos efeitos do álcool em geral, o absenteísmo, baixa produtividade ou baixo desempenho, maior número de acidentes de trabalho e conflitos interpessoais estão associados às consequências negativas do consumo de álcool e da ressaca no trabalho e em ambientes acadêmicos.

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, com 2.805 trabalhadores, mostrou que o álcool afeta diretamente cerca de 15% dos trabalhadores, sendo que 9,23% trabalharam com ressaca, 1,68% trabalharam sob os efeitos do álcool, 1,83% beberam antes de trabalhar e 7,06% beberam durante o horário de trabalho. Com base nesses indicadores, os custos gerados em decorrência da ressaca seriam maiores quando comparados com as despesas referentes aos efeitos do álcool em geral.

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