quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O inesquecível beijo de carnaval pode virar doença


Como já se sabe, a camisinha é o acessório obrigatório para quem quer aproveitar a festa de forma saudável. Mas alguns profissionais da área de saúde alertam que também é preciso ter cuidado com aqueles beijinhos roubados no meio da folia ou os mais ousados em um lugar discreto.

Muitas pessoas recordam-se, com agrado, de um beijo de carnaval. Mas outras não tiveram a mesma sorte, pois a saúde ficou abalada por causa de um “simples” beijo.

Este foi o caso de Fernanda*, 23 anos, que colocou sua saúde em risco no carnaval do ano passado. “Eu fui para Diamantina, em Minas

Gerais, com o objetivo de beijar e sair fora. Meu recorde foi ficar com 12 meninos em uma mesma noite. Foi maravilhoso, até que passou o carnaval e veio a conseqüência”, conta

O que parecia perfeito acabou virando desespero. “Depois de uma semana, eu estava sentindo falta de fome e muita sonolência. Além de muita febre. Foi quando eu fui ao médico e descobri que estava com mononucleose. Fiquei três semanas de cama me recuperando. Prometi que nunca mais ficaria com vários na mesma noite”, diz.

Segundo o médico Rafael Sani Simões, um beijo pode ser responsável pela transmissão de males como a gengivite (infecção bacteriana) e mononucleose, uma doença que tem como conseqüências fadiga, dor de garganta, tosse, inchaço dos gânglios, perda de apetite, inflamação do fígado e hipertrofia do baço. “A doença é transmitida pelo vírus Epstein-Barr (VEB) e, depois de um período de incubação de 30 a 45 dias, a pessoa pode permanecer com vírus para sempre no organismo”, explica.

Ricardo José Pereira, 21 anos, ficou três semanas sem sair de casa por ter beijado 29 meninas em três dias. “Eu estava na época que o mais importante era quantidade e não qualidade. Apostei com os meus amigos quem ficava com mais meninas. Mas em nenhum momento pensamos na higiene. Conclusão: tive dor de cabeça, tosse, perda de apetite e muito sono”, afirma.

Logo que voltou de viagem, Ricardo passou por exames. “Para mim, só existia herpes. Eu nem tinha conhecimento desta doença. Depois que eu fiz os exames, é que descobri o perigo que eu estava correndo, beijando sem pensar”, garante.

Fazer o diagnóstico preciso da mononucleose é muito importante porque ela pode ser confundida com doenças causadas por outros vírus e com sintomas semelhantes. “Para confirmar o diagnóstico clínico, existe o Monoteste, um exame de sangue que só apresenta resultados confiáveis - a presença de linfócitos atípicos -, quando o paciente tem mais de quatro anos de idade e está na segunda semana da doença, quando passa a acusar”, esclarece o médico.

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