Diversos estudos indicam que os bebês que nascem pequenos para a idade gestacional têm maior risco de terem colesterol alto quando adultos. Entretanto, um novo estudo da Universidade de Harvard, nos EUA, indica que essa relação pode ocorrer devido ao hábito de a mãe fumar durante a gestação, que está associado tanto ao nascimento de bebês menores e com baixo peso quanto a um maior risco de o filho ter colesterol alto.
Estudando os registros de nascimento e os níveis de colesterol de 1.370 adultos com média de idade de 39 anos, os pesquisadores descobriram que os casos de colesterol alto eram mais comuns entre aqueles que haviam nascido pequenos para a idade gestacional - 34% desses participantes tinham colesterol alto, contra apenas 24% daqueles que nasceram com tamanho normal. Porém, uma análise mais cuidadosa mostrou que, entre os participantes que nasceram menores que o normal, apenas aqueles cujas mães haviam fumado durante a gravidez apresentaram colesterol alto.
De acordo com os pesquisadores, a exposição ao tabagismo intenso da mãe na gestação (pelo menos 20 cigarros por dia) aumentava em 2,5 vezes a propensão do filho ao colesterol alto na idade adulta; e o tabagismo moderado (de um a 19 cigarros diários) aumentaria esse risco em 1,7 vezes. Por outro lado, aqueles que nasceram pequenos de uma mãe não fumante e aqueles que nasceram com tamanho normal apesar do tabagismo materno não apresentaram os mesmos riscos de colesterol alto.
“Parece ser a coexistência do tabagismo materno durante a gestação e do nascimento pequeno para a idade gestacional que coloca o filho em maior risco”, destacou o pesquisador Xiaozhong Wen na última edição da revista científica Epidemiology. Entretanto, devido ao fato de a pesquisa ser apenas observacional, os resultados não confirmam uma relação de causa e efeito. De qualquer forma, os resultados representam mais uma entre as tantas razões para as mulheres pararem de fumar durante a gestação.
Fonte: Uol
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