terça-feira, 6 de abril de 2010
Orações podem proteger a saúde?
A fé dos pacientes deixou de ser “aceita” pela ciência apenas quando o quadro do doente é extremamente grave, sem a menor chance de recuperação. Com o respaldo de pesquisas científicas, a evidência é que o efeito da espiritualidade na saúde não precisa ser limitado quando há dificuldade de cura. A fé pode ser preventiva. Se antes recorrer à religião era ato comum em vítimas de câncer, aids ou qualquer outra doença que ainda desafia a medicina, agora as “doses de oração” já são recomendadas por alguns médicos para tratar e prevenir problemas mais simples como hipertensão, colesterol e diabetes.
Olivia Monteiro, arquiteta, 55 anos, afirma ter na pele, no sangue e na cabeça a reunião dos efeitos positivos da espiritualidade. Encontrou-se com a própria fé no diagnóstico do câncer da mama. Depois da cura, sente outros efeitos protetores de sua religião. “Fiquei calma, sem estresse, não adoeci mais. Eu, que sempre aparentei ter mais idade do que a real, hoje me sinto mais jovem e os outros me dizem isso.” Um dos cardiologistas mais conceituado do País, Roque Marcos Savioli, afirma que “com certeza, em questão de tempo, os médicos vão receitar fé aos seus pacientes, inclusive, para diminuir os custos de internação em hospitais.”
Savioli, que é diretor da Unidade de Saúde Suplementar do Instituto do Coração de São Paulo (Incor) e atua em uma comissão internacional para avaliar quando um caso médico pode ser considerado “milagre”, explica que os mecanismos por trás da boa influência da fé na saúde não são nada sobrenaturais e, sim, físicos. “Um estudo internacional muito importante (publicado no Journal of Neuroscience, em 2001) realizou ressonância magnética no cérebro de religiosos no exato momento da oração”, diz. “Ficou atestado que a leitura do salmo ativa áreas cerebrais relacionadas ao sistema imunológico, o que protege corpo humano de várias doenças”, afirma.
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