Figurei que a madrugada traria
maior discrição que o dia, errei.
Iludi-me com o manto da noite
e seus brilhos de prataria.
Sem palavras, sem chão,
vi-me no olho do furacão.
Uma força descomunal
levando-me sob seus caprichos.
Eu com os olhos cegados,
a boca costurada, as mãos atadas,
perplexa e sozinha com meus ais.
O furacão em sua fúria, me castiga,
em verdade e com razão, contudo,
me vira do avesso, redime, volta a paz,
que seguindo o curso da natureza
vai me levando, incisivo, como você quer,
pra bem longe de ti, longe, sempre mais...
Poema "Noite Infinita" de Elisa Maria Gasparini Torres.
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