terça-feira, 6 de abril de 2010

Lagarto de pênis duplo é encontrado nas Filipinas



Biólogos anunciaram, nesta terça-feira, a descoberta espetacular de uma nova espécie de lagarto gigante, um réptil do tamanho de um homem adulto, e dotado de um pênis duplo, nas Filipinas. O lagarto, um animal arisco, porém colorido, é um primo próximo do dragão de komodo, da Indonésia. Mas, ao contrário do temido dragão, ele não é carnívoro, nem se alimenta de carne podre. Ao contrário, é um animal totalmente pacífico e come frutas. Batizado de Varanus bitatawa, o lagarto mede 2 metros de comprimento.

O lagarto foi encontrado em um rio no norte da ilha de Luzon, nas Filipinas, e sobreviveu à perda de seu habitat e à caça praticada pelos moradores locais, que o usam para alimentação. Não se sabe, no entanto, quantos destes animais sobreviveram. É quase certo que a espécie esteja em sério risco de extinção e poderia ter desaparecido completamente sem nunca ter sido catalogada se um grande espécime do sexo masculino não tivesse sido resgatado, vivo, em poder de um caçador, em junho passado.

A descoberta da espécie em uma área densamente povoada e desmatada "é uma surpresa sem precedentes", dizem os autores do estudo, publicado pela revista especializada Biology Letters. As únicas descobertas de importância semelhante feitas nas últimas décadas foram o macaco kipunji, que habita uma pequena área de floresta na Tanzânia, e o saola, um bovino selvagem encontrado apenas no Vietnã e no Laos. O V. bitatawa tem marcas características e uma incomum anatomia sexual. Seu corpo escamoso e pernas são de cor azul escura, com pequenos pontos amarelos claros, enquanto a cauda é marcada com segmentos alternados verdes e pretos.

Os machos têm pênis duplos, denominados hemipênis, também encontrados em cobras e outros lagartos. Os dois pênis normalmente são usados alternativamente, e algumas vezes contêm espinhos ou ganchos para prender o macho à fêmea durante o acasalamento. O lagarto gigante tem um parente no sul de Luzon, o V. olivaceus, mas as espécies são separadas por vales ribeirinhos e por um precipício de 150 km de extensão, o que torna provável que nunca tenham se encontrado. Segundo os cientistas, uma razão que explicaria porque o novo lagarto não foi detectado até agora é que ele nunca deixou as florestas das montanhas de Sierra Madre, de onde é nativo, para se aventurar em espaços abertos.

Fonte: R7

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