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O Hospital Israelita Albert Einstein realizou, anteontem, a primeira cirurgia cardíaca minimamente invasiva totalmente robotizada. Trata-se do primeiro procedimento do gênero realizado na América Latina.
A cirurgia, comandada pelo cirurgião cardíaco Robinson Poffo, foi realizada com o sistema robótico Da Vinci (já usado em operações como a de próstata) e foi acompanhada por cirurgiões dos EUA -onde a equipe do hospital foi treinada.
A paciente operada tem 35 anos e sofria de uma cardiopatia chamada comunicação interatrial -caracterizada por uma abertura entre os átrios, que permite a passagem do sangue entre eles. A doença causa cansaço, falta de ar e arritmias.
O procedimento durou seis horas.
Segundo Poffo, uma das principais vantagens da cirurgia robótica é que ela é menos invasiva -em vez de abrir o peito do paciente com um corte de cerca de 25 cm, são feitas três pequenas incisões milimétricas e um corte de cerca de 2 cm na região lateral do tórax do paciente. É por esses orifícios que entram os instrumentais (pinça, tesoura, afastadores, aspiradores) que vão realizar a cirurgia.
"É uma cirurgia muito mais precisa. O cirurgião fica no console para manipular os "braços" do robô e tem uma visão em 3D. O equipamento filtra possíveis tremores das mãos do médico e o movimento das pinças é articulado, como o movimento das mãos. Na cirurgia minimamente invasiva tradicional, a pinça é rígida e não permite muitos movimentos", explicou José Carlos Teixeira Junior, gerente médico executivo do Programa de Cirurgia do hospital.
Além disso, afirma Poffo, a cirurgia robótica é um procedimento em que o paciente sangra menos, tem menos risco de sofrer infecções, recebe alta da UTI em menos tempo e é capaz de retomar atividades cotidianas mais rapidamente. "A tendência é dominar técnicas que sejam cada vez menos invasivas para o paciente, ajudando a diminuir o risco cirúrgico", diz.
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